Reabilitação Neuropsicológica
A reabilitação objetiva melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares, otimizando o aproveitamento das funções total ou parcialmente preservadas por meio do ensino de “estratégias compensatórias, aquisição de novas habilidades e a adaptação às perdas permanentes”. Entre a reabilitação cognitiva e a neuropsicológica, essa é mais ampla, pois, além de almejar tratar os déficits cognitivos, objetiva também tratar as alterações de comportamento e emocionais, melhorando a qualidade de vida do paciente. Prigatano (1999) afirma que a reabilitação cognitiva é apenas um componente da reabilitação neuropsicológica, e esta abarca ainda a psicoterapia, o estabelecimento de um ambiente terapêutico, o trabalho com familiares e o trabalho de ensino protegido com os pacientes.
O processo de reabilitação proporciona uma conscientização do paciente a respeito de suas capacidades remanescentes, o que leva a uma mudança na auto-observação e, possivelmente, uma aceitação de sua nova realidade (D’Almeida et al., 2004). É importante salientar para o cliente que nem sempre é possível restaurar a função cognitiva prejudicada, mas é possível compensá-la, encontrando maneiras de minimizar os problemas cotidianos.
O primeiro passo é realizar uma avaliação neuropsicológica para que se mensurem os prejuízos cognitivos e as funções intactas. A reabilitação neuropsicológica exige uma participação ativa e um envolvimento do cliente. Além disso, a reabilitação neuropsicológica é uma intervenção com objetivos claramente definidos e explicitados ao cliente e geralmente tem duração limitada, embora nem sempre isso ocorra, pois depende das queixas apresentadas, do desempenho individual do cliente durante o programa e da relação terapêutica.
Qual objetivo?
- Auxiliar a integração e o restabelecimento da qualidade de vida do paciente e de seus familiares;
- Recuperar ou restaurar a(s) função(ões) cognitiva(a) comprometida(a);
- Potencializar a plasticidade cerebral ou a reorganização funcional por meio das áreas cerebrais preservadas;
- Compensar as dificuldades cognitivas com meios alternativos ou auxílios externos que possibilitem a melhor adaptação funcional, visando ampliar a sua autonomia para as atividades diárias.
O que é avaliado?
- Pessoas com algum tipo de disfunção ou lesão cerebral, que com frequência experimentam uma grande variedade de dificuldades no dia-a-dia, em consequência de alterações emocionais, cognitivas ou comportamentais;
- Problemas de orientação
- Distúrbios de atenção e concentração
- Distúrbios de percepção viso-espacial
- Distúrbios de memória
- Distúrbios de linguagem
- Lentidão no processamento de informações
- Dificuldades de raciocínio lógico, de planejamento e de julgamento
- Falta de iniciativa
- Distúrbios do Comportamento
- Isolamento e afastamento social
Como é a reabilitação?
São realizados encontros semanais de aproximadamente 50 minutos, mas que podem ocorrer numa frequência maior dependendo de cada paciente. Nesses encontros são realizadas atividades terapêuticas planejadas para a necessidade dos pacientes, podendo-se fazer uso de jogos, materiais impressos e, até, de computador e/ou outros dispositivos eletrônicos.
O neuropsicólogo se utiliza de técnicas de treino cognitivo (prática de exercícios para atenção, memória, funções executivas, etc.), treino de tarefas específicas como simulações de situações desafiadoras ao paciente e também de técnicas que visam a introdução de estratégias compensatórias como adaptações ambientais, auxílios do tipo agenda, alarme, post-it, etc. e/ou associações para recordações de nomes ou placas de veículos, além de recursos tecnológicos.
Portanto, a reabilitação neuropsicológica é essencial para que o paciente mantenha ou restabeleça suas capacidades e minimize as dificuldades no dia-a-dia, tornando-se mais autônomo e independente.